“(…)
Você volta. Você volta e tumultua tudo em mim, e não sei até que ponto me sinto
confortável. Mas, dizem as más línguas que nunca poderia te deixar ir pra
sempre. Porque Erasmo ainda canta nas madrugadas do meu rádio - mesmo que eu
nunca tenha te falado que as canções dele também eram nossas. Porque quis te
deixar com a ilusão de que só “Um novo Adeus” iria nos definir em tons de
saudade e euforia. Porque eu quis como a música te abraçar depressa todas as
vezes em que te vi chegando mais perto. Tanto sei da falta que ainda me causa
que já não sei mais lhe escrever como antigamente.
Você me disse que sente muito (sente muita falta e aquele blá
blá blá depois de anos sem um abraço de verdade) e disse que andou relendo meus
escritos antigos em que eram todos diretamente pra você. Onde eu costumava
contar das nossas brigas e dos romances eternos em que sonhávamos acordadas com
o amanhã.
Na verdade, eu quis dizer também da saudade, mas já fazem
tantos anos e eu já aprendi a me calar como você tanto me dizia para aprender.
Você costumava dizer que se calar as vezes é bom. Concordo. Por isso meu
silêncio te pede mil argumentos sobre o tempo lá fora. Seu cabelo cresceu, você
continua a mesma.
Eu tanto quis me lembrar da madrugada em que discutimos sobre
qual era a fase da lua - porque por mais estranho que fosse eu concordaria com
você até se chegasse a dizer que aquilo lá em cima não era uma lua. Poderia ser
um retrato de nós. Que seja!
Eu sempre vou levar comigo teus risos, teu cabelo voando e
você brigando com ele em meio a chuva. Eu sempre vou levar comigo sua presença
- mesmo em meio a tanta ausência. Porque você sempre será meu bem maior. E meu
coração vive melhor sabendo que você ainda pensa.
Eu nunca deixarei a saudade de lado. Pode chegar quando
quiser. Porque como você mesma disse - mesmo que não tenha dado certo entre nós
(…)
Nunca deixaríamos de ser nós.”
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