sexta-feira, 1 de junho de 2012

Alguém que nunca se esquece de voltar.

(…) Você volta. Você volta e tumultua tudo em mim, e não sei até que ponto me sinto confortável. Mas, dizem as más línguas que nunca poderia te deixar ir pra sempre. Porque Erasmo ainda canta nas madrugadas do meu rádio - mesmo que eu nunca tenha te falado que as canções dele também eram nossas. Porque quis te deixar com a ilusão de que só “Um novo Adeus” iria nos definir em tons de saudade e euforia. Porque eu quis como a música te abraçar depressa todas as vezes em que te vi chegando mais perto. Tanto sei da falta que ainda me causa que já não sei mais lhe escrever como antigamente. 
Você me disse que sente muito (sente muita falta e aquele blá blá blá depois de anos sem um abraço de verdade) e disse que andou relendo meus escritos antigos em que eram todos diretamente pra você. Onde eu costumava contar das nossas brigas e dos romances eternos em que sonhávamos acordadas com o amanhã.
Na verdade, eu quis dizer também da saudade, mas já fazem tantos anos e eu já aprendi a me calar como você tanto me dizia para aprender. Você costumava dizer que se calar as vezes é bom. Concordo. Por isso meu silêncio te pede mil argumentos sobre o tempo lá fora. Seu cabelo cresceu, você continua a mesma. 
Eu tanto quis me lembrar da madrugada em que discutimos sobre qual era a fase da lua - porque por mais estranho que fosse eu concordaria com você até se chegasse a dizer que aquilo lá em cima não era uma lua. Poderia ser um retrato de nós. Que seja!
Eu sempre vou levar comigo teus risos, teu cabelo voando e você brigando com ele em meio a chuva. Eu sempre vou levar comigo sua presença - mesmo em meio a tanta ausência. Porque você sempre será meu bem maior. E meu coração vive melhor sabendo que você ainda pensa. 
Eu nunca deixarei a saudade de lado. Pode chegar quando quiser. Porque como você mesma disse - mesmo que não tenha dado certo entre nós (…) 
Nunca deixaríamos de ser nós.”

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