sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

E agora o que me resta...

Ana,

Eu não sei dizer quanto tempo exatamente se passou desde o dia que você desfez o laço que nos prendia. Seculos? talvez.
Se eu falasse que foi fácil você acreditaria? Se eu escrevesse um poema com linhas retas dizendo o quanto sinto sua falta, você voltaria? Arrumaria um jeito de nadar mares para me ver mais uma vez? Inventaria uma desculpa qualquer pra sua família e voltaria para os meus braços (de onde nunca deveria ter saído)?
Ana, eu já disse trilhões de vezes, já escrevi diversas vezes sobre isso. Eu já não suporto mais tuas idas e vindas. Entende? É como se você ficasse só porque seria mais "correto". Fique porque queira ficar. Me deseje porque sente tesão e não por comodismo.
Não posso me enganar e fingir que não sinto sua falta. Eu sinto falta até de imaginar nossa vida juntas.
Vou cobrar porque você disse que iria ser pra sempre.

-
Se fiquei horas em frente a este papel em branco, você já sabe que sim. Bebi os cafés mais quentes até poder encostar a caneta em uma folha amarelada pelos cantos. Passei os dias misturando bebidas pra me desfazer desta vontade que não era saciada de nenhuma maneira. Assisti todos os programas de TV, até aqueles que você não imagina. Até canal de boi servia pra ocupar minha mente de qualquer porcaria que eu pensasse em dizer pra você.
Eu quis bater a porta na tua cara logo depois que você foi, mas aí você já tinha ido e só me sobrou chutar aquele famoso balde e todas as frustaçoes de amor perdido escritos em cartas logo em seguidas rasgadas. Te digo que tem dias que não suporto mais me olhar no espelho e ver você ali ainda - em mim.
Porque você nunca foi de verdade. E eu te vejo em cada pessoa, em cada lugar que eu queria ter te levado.
Eu sou um besta porque hoje me seguro na vontade de querer mais, de novo, pra sempre. Me seguro na vontade de dizer um milhão de vezes "eu te amo, eu te amo, eu te amo". Me seguro na vontade de dizer "olha no meu olho e diz que não me quer nunca mais"
Eu sou um fraco, Ana. Eu sou um fraco porque te amo e não tenho forças pra dizer que "não"
Eu sempre quis voltar, e quero voltar e me sinto um tanto quanto palhaço nesta situação. Eu sei que quis te ver feliz, mas comigo Ana... comigo.
Eu tento lutar contra a vontade de bater na porta de teu apartamento e dizer pra parar de tentar lutar ficar sem mim, porque não dá certo.
Nós fomos feitos pra durar... pra durar, Ana.

Você disse que seria pra sempre e não disse sozinha. Nós falamos e quase gritamos o tanto que amamos. Mas, e aí o que fazer quando este amor já não é mais suficiente pra fazer este orgulho besta sumir?

Eu sou o fraco que vai sempre te querer, independente de tuas fraquezas diante de tal sentimento, eu quis te fazer crer que poderia dar certo, muito certo. Mas, como quis tua felicidade o termino me fez ver que para isso eu teria que te ver nos braços de outra pessoa.

Desculpe o desespero, amada.   (o amor fere as vezes, mas nunca deixa de ser amor.)


Um comentário: