quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Lamentos a Ana.


Senhorita, Ana.
Dona do meu peito que arde e cansa de lamentos-ditados-na-madrugada
Não lhe chamo mais de amor. Cansei daquele eterno jogo da saudade. Cansei daqueles segundos que meu coração batia rápido demais por pensar em estar contigo - mais uma vez, pra sempre.
Você disse que não aguenta a carga pesada de me namorar e que não sabe me cuidar. Ana S, me digas… é tão complicado assim colocar teu olhar sobre o meu? É tão negativo assim essa minha maneira de pedir carinho?
É tão doloroso essa carga de aguentar minhas intensidades de pecado?
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Andei colocando nossa aliança no dedo e começa a chegar as lembranças de noites que implorei pra ser teu. Das madrugadas que a insonia me pegou e eu fui pra cozinha tomar um café forte demais pra comparar com a saudade que sentia. Pegava a maquina de escrever e deixava meus dedos em carne viva.
“Nem ligo” eu começo a dizer de tres em tres segundos. Incessante essa minha mania de implorar teu sentimento mais “covarde e louco”
E grito que não posso e não quero mais.
E sussurro entre as noites frias e corpos nus que queria te ver.
E grito, bato, chuto o balde, abro a janela e pego resfriado.
“Olha o que o amor banalizado fez contigo, homem de deus…” minha vizinha diz isso a cada dia.
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As pessoas devem estar fechadas, ah não estou tão dolorido assim.
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Você disse que ia se casar comigo, que teriamos uma filha e eu seria o homem que cuida da casa. Você costumava fazer planos e dizer que sentiria saudade do caminho da casa pra faculdade. Costumavamos viver na mesma sintonia, no mesmo batimento cardiaco e tudo mais.
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Desculpa, mas aquele velho clichê de vamos dar um tempo… bem, é clichê. Não é?
Lembro-me bem das vezes que quem pedia para dar um tempo era eu e você com ar de menina sábia me dizia: - Ah homem, pedir um tempo é um modo de termino. Mas, só que de um jeito carinhoso.
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Que maneira mais idiota de terminar algo. Se termina… me deixe no chão logo de uma vez, me bata, me prenda. Acabe com tudo que deixou;
Agora, mulher… meio-termo já matou muita gente e esse homem que vos escreve será o proximo.
(…)
Adeus com gosto de até-logo
Do homem que costumava ser dono dos teus melhores beijos.
João.

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