domingo, 8 de janeiro de 2012

Mas, mãe..

Nesta manhã minha mãe me fez prometer que eu não iria mais chorar. Que este ano seria o ano em que eu faria tudo o que fosse certo para o meu coração. Que nenhuma mulher neste espaço de mundo me faria descer do salto, chutar o balde. Minha mãe pediu para que eu fosse feliz.
(...)
Mas, mãe... eu não posso ser assim. Perdoe pela minha maneira torta e boba de amar as pessoas. Perdoe por eu sempre bater na porta de tua casa pedindo um abraço. Desculpe por eu ser assim tão "acumulada de sentimentos - que explode"
Perdoe-me!
Sei que teimo em aparecer em tua casa com os olhos cheios d'água e me calar diante de tanta aflição. Tenho uma certa ideia de como se sente vendo tua filha assim, jogada aos pés de outra pessoa em busca de um - talvez fabuloso amor.

"O amor nunca chega, mãe... nunca"

Eu estou tão cansada mentalmente que nada chega a fazer sentido nestas noites, não sei se quero bater a porta na cara das pessoas ou se quero me deixar levar por elas. Eu não sei se seria uma boa ideia ser feliz - agora- é cedo demais e eu talvez não saiba lidar com tamanho sorriso a brotar. Talvez, mãe, eu seja feliz sendo assim. Me entregando demais. Meu jeito torto de amar é tão completo quanto um sorriso que venha. Teimo em dizer que um sorriso dado em meio a lágrimas consegue ser mais verdadeiro do que uma gargalhada ao escutar uma piada.
Aquele no meio das lágrimas e como um renascer das cinzas, a tal esperança brotando e mostrando seu lugar.
Eu quero renascer das cinzas, mãe. Eu quero estar no chão para assim poder subir. Eu quero perder a noção de espaço para crer que estou em lugar propriamente dito pra mim. Eu quero perder o dom para poder dar valor. Quero desamar para poder amar novamente - quantas vezes for preciso.
Eu quero desaprender a andar e aprender sozinha.
Eu quero saber o quanto dói perder um abraço para sentir segurança em meus proprios braços.
Eu quero desabar para me afogar em teu colo.
Mãe, eu quero ser feliz, sim. Só que agora não dá. Eu não consigo, entende?

Desculpa, mãe. Desculpa (...)

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